2020 abriu com uma sessão de namoro na Islândia, logo nos primeiros dias de Janeiro.
O sonho prometia concretizar-se: a paisagem, as cascatas, os glaciares e as auroras; a viagem, o desafio e a aventura!
Um casal ia cruzar o mundo, desde a China, e levava-nos com eles para viver essa aventura. Seriam sujeito, entre o branco, nas nossas fotografias. Aventura foi o que tivemos, mas muito distinta da esperada!
Soubemos no final que, naqueles dias, tínhamos vivido a pior tempestade na Islândia dos últimos 20anos – do século! Era tão séria que o espaço aéreo fechou, o nosso voo atrasou 2 dias e a nossa estadia ficou reduzida a metade. Os nevões eram tão intensos somados a ventos tão fortes que fotografávamos de olhos fechados e agachados para não tombar.
Da lista de sítios a visitar que tínhamos preparado, com fotografias, notas e coordenadas gps, organizadas mediante os vários itinerários possíveis, conseguimos ver dois.
Foi frustrante! Mas foi, ao mesmo tempo, reconfortante! Partilhámos com estas duas pessoas um troço intenso de vida, impetuoso e arrebatado. A sessão de namoro que resultou de todas as peripécias que vivemos não chegou a ter Skógafoss ou Seljalandsfoss, Reynisfjara ou Sólheimasandur. Mas teve desafio, insólito e reação! E teve intimidade!
E teve Gullfoss mas transformado em reportagem: o esforço de chegar até lá, encharcados e quase de lado para contrariar rajadas enfurecidas.
Acabámos no supermercado, onde afinal se encontra o amor, tanto quanto aos pés de uma bela cascata.Foi uma sessão à nossa medida, mesmo que não tenha sido a esperada sessão de namoro na Islândia.
Diz-se que, em cada viagem, há que guardar alguma coisa por ver para que haja motivos para voltar…Isso temos garantido!
Nannan e Muning, vamos?
Fotografia: Menino Conhece Menina