Era Verão. Dia de sol, de calor, de céu azul e horizonte dourado a perder de vista.
O Alentejo é sempre este lugar de conforto, onde o tempo se demora num passo próprio e onde a vastidão contagia o espírito e nos prolonga. Parece que a própria alma se estende pelas colinas.
Foi nesse Alentejo de imensidão que aconteceu o casamento do Tito e da Lili e batizado dos seus filhos Tomé e Clara. Esse Alentejo de imensidão que consegue ser, ao mesmo tempo, espaço de intimidade, aconchego e encontro, perfeito!
A Casa da Ermida de Santa Catarina “implantada numa língua de terra, vestida por um olival que se mete, água a dentro, na Albufeira do Caia”(*), acolheu a festa, os preparativos e encontros dos dias anteriores e o rescaldo e as despedidas do dia seguinte.
E a festa fez-se como se fazem as festas de casamento: com vestidos, arranjos florais, discursos e baile. Mas em todos os momentos se sentia – com todos os sentidos – o Alentejo!
A terra dourada do chão, o cheiro a palha e a rosmaninho, o brilho da água que nos rodeava serpenteante. O restolho sob os pés no percurso a pé até à ermida, a chuva de trigo no final da cerimónia. “A gotinha de água” (e tanto mais do cancioneiro alentejano) entoada pelos RRRRRRRRR e o arrepio que percorre a pele quando todos se lhes juntam abraçados e as vozes se somam e os corpos se balançam como um. O entardecer e o céu imenso pintado de laranja, refletido no espelho da albufeira – água que parecia de fogo. O calor intenso durante o dia espantado à força de leques, a brisa fria durante a noite espantada a passos de dança.
Todos os sentidos sentiram intensamente este dia de delícias. E cheguei ao fim arrebatada por tudo neste lugar! E eu que tenho raízes cravadas lá longe em Trás-os-Montes (o outro paraíso português) fui dar comigo a pensar que, se um dia acontecer, quem sabe não venha a ser um casamento no Alentejo…
Espaço: Casa da Ermida de Santa Catarina
Planeamento: Festas Convida
Catering: Restaurante Pompílio
Gelados: Santini